domingo, 30 de novembro de 2008

Para não dizer que só publico textos meus, aqui está um texto em homenagem a alguns colegas meus.

As FARC e o silêncio obsequioso

Tentando chegar a uma definição aceita universalmente sobre o que seja terror, a ONU até hoje não chegou a nenhuma. Ao tentar uma definição, esbarra numa parede, os países muçulmanos. Se estes países não concordam sobre o que seja terrorismo, chegaram a um consenso sobre o que não é terrorismo: qualquer coisa que se inclua na luta palestina. Trocando em miúdos: um palestino que se enrola em bombas e se explode em meio a civis, velhos, mulheres e crianças, não pode ser definido como terrorista. Porque os árabes não querem.
Se o Ocidente tem conceitos precisos sobre o que seja terror, a Suécia fez uma bela presepada à União Européia no mês passado. Os quinze países da UE pretendiam incluir as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), guerrilha marxista colombiana, na lista de organizações terroristas. Os suecos alegaram que não devem fazer parte da lista organizações que estejam em processo de negociação ou diálogo com seus governos. Ou seja, você pode explodir carros-bomba, matar, seqüestrar, mas não será considerado terrorista enquanto se dispuser a dialogar com as vítimas. Porque os suecos não querem.
A decisão dos suecos foi amplamente divulgada na imprensa internacional e brasileira. Fere a delicada psique das esquerdas associar marxismo a terrorismo. Se nossos jornais se apressaram a divulgar o veto nórdico, há um silêncio obsequioso quando se trata de trazer ao leitor documentos que associem as Farc ao terror. Numa época em que até mesmo órgãos como O Globo e o Estadão abrem colunas para velhos bolcheviques, pouco se pode esperar dos demais jornais, que se pretendem de esquerda ou que pelo menos com as esquerdas simpatizam. Torna-se então inteligível mas nem por isso justificável o silêncio em torno a temas que possam prejudicar o PT.
Embora o partido atualmente as negue, são notórias suas relações com a guerrilha que há décadas vem destruindo a Colômbia. Seus representantes são recebidos com tapete vermelho pelo governo petista gaúcho e fazem palestras em universidades e escolas de prefeituras geridas pelo PT. Se alguém ousa afirmar que as Farc vivem do narcotráfico, não falta um militante indignado para dizer que tais denúncias não passam de estratégia do Estados Unidos para invadir, primeiro a Colômbia, e depois o continente.
O leitor já deve ter notado a escassa presença, nas páginas dos jornais, do narcotraficante Luiz Fernando da Costa, mais conhecido por Fernandinho Beira-Mar. E não é por falta de notícias. Preso em Brasília desde abril do ano passado, Fernandinho aceitou reunir-se com agentes da DEA (Drug Enforcement Administration) e falou de suas relações com a guerrilha colombiana. A gravação desta confissão, pela sua importância, tornou-se a peça-chave que permitiu aos Estados Unidos pedir a extradição de três guerrilheiros das Farc e três narcotraficantes brasileiros, entre eles Fernandinho. Foi publicada, há questão de um mês, na revista colombiana Cambio, dirigida por Gabriel Garcia Márquez. Você pode lê-la, na íntegra, aqui. Na imprensa brasileira, nem um pio sobre este documento.
Em correspondência com meus interlocutores, costumo afirmar que as gentes já não lembram de fatos ocorridos há dez anos. Urge uma errata: não lembram de fatos ocorridos há dois meses. Se o PT hoje nega qualquer relação com as Farc, há poucas semanas elas eram publicamente defendidas pelos militantes. Não bastassem as boas relações do governo gaúcho com a narcoguerrilha colombiana, em março passado, líderes petistas de Ribeirão Preto, ligados ao prefeito Antônio Palocci Filho, coordenador do programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, anunciaram um comitê pró-Farc no município. Entre as funções do Comitê de Solidariedade ao Povo Colombiano e aos Movimentos de Libertação Nacional estariam colher assinaturas pró-guerrilha e defender as posições do grupo no Brasil. "Precisamos difundir e abrir comitês das Farc no mundo inteiro sobre os problemas que ocorrem naquele país", disse Beto Cangussú, vereador petista. Para selar a união, houve uma reunião em Ribeirão Preto entre o ex-vereador Leopoldo Paulino, o proponente do comitê, e Olivério Medina, porta-voz informal da narcoguerrilha no Brasil, que chegou a ser preso em 2000 em Foz do Iguaçu, a pedido do governo colombiano, acusado de atividades terroristas.
Fernandinho Beira-Mar pagava dois milhões de pesos aos camponeses pela coca, por 600 quilos por semana, e às Farc mais um milhão por cada quilo, para cristalizá-la. Vendia o quilo de cocaína por U$ 3.500 no Brasil. A operação exigia um vôo que custava U$ 15.000, mais U$ 15.000 pelo aluguel da pista de aterrissagem. Mais U$ 25.000 para o piloto e U$ 5.000 para o co-piloto. Fernandinho, que também fornecia munição à guerrilha marxista, chegou a entregar-lhes 150 mil caixas de balas, com 20 balas cada uma. Segundo o narcotraficante brasileiro, as Farc não têm ideologia, Estão ali pela grana, se tornaram capitalistas e só querem a grana, a grana, a grana....
O ex-vereador Leopoldo Paulino pensa diferente. Não é a eleição que vai resolver, é a revolução. Hoje no Brasil não há condição de fazer uma revolução armada, mas na Colômbia não é assim. “Eles têm um exército organizado". Este exército redentor são as Farc, é claro.
ONU, árabes ou suecos podem permitir-se uma posição dúbia. Ser benevolente com o terror distante é fácil. Mais difícil é aceitá-lo quando se vive sob sua mira. O PT, herdeiro das mais sinistras ditaduras do século, sente-se naturalmente atraído pela narcoguerrilha marxista. Tenta então desvencilhar-se do aliado inconveniente. Ocorre que o terror está em seu DNA. E produz reflexos condicionados.
Todo leitor adulto deve lembrar-se do belíssimo filme de Kubrick, Dr. Strangelove. No papel-título, temos um cientista alemão paraplégico refugiado nos Estados Unidos, cujo braço direito conserva ainda reflexos dos dias do Reich. Esporadicamente, o braço se ergue em saudação nazista, e Strangelove precisa segurá-lo com a mão esquerda. É o que ocorre com os petistas. Podem reivindicar os melhores propósitos, fazer juras de bom comportamento, mas volta e meia o braço totalitário não resiste e saúda o terror. Como aconteceu na semana passada, quando o PT, au grand complet, prestou homenagens de herói ao terrorista João Amazonas.
Não é conveniente, em ano eleitoral, falar de Fernandinho. Felizmente, vivemos dias de Internet, onde sempre há uma brecha para conjurar o silêncio obsequioso da grande imprensa.

Por Janer Cristaldo7 de Junho de 2002

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

EU NÃO ENTENDO

Deve haver alguma explicação plausível para uma serie de situações que observo nos ambientes que costumo frequentar. No entanto não consegui, ao menos até então, adentrar na lógica que move certas pessoas. Talvez por minha ignorância ou pela total ausência de um mínimo de coerência de meus interlocutores.
Um bom exemplo disto são as palavras e os atos dos ditos “comunistas” ou “socialistas” com os quais eu mantenho contato na FURG. Todos se dizem humanistas e, no entanto estariam prontos para assassinar qualquer um que estivesse contra seus ideais de “igualdade”. Todo aquele que possa ser considerado corrompedor ou pervertedor do “bem comum” mereceria a morte. Quem decide o que é o “bem comum”? São os lideres políticos dos grupos sociais, que normalmente são estes que estão sempre prontos a defender com unhas e dentes o SEU “bem comum”.
Já fui algumas vezes caracterizado como reacionário, por alguns dos meus colegas universitários. Bom, se defender a democracia, o livre comercio e o direito a livre expressão é ser reacionário, então eu admito sê-lo. Mas se ser reacionário for, como na acepção do dicionário, “individuo, movimento ou manifestação que se opõe a qualquer inovação no campo das atividades humanas”. Bom, se isso for ser reacionário muitos dos meus colegas e que o são!
E os exemplos disso são gritantes. Uma “colega” “argumentou” que: “Um dos problemas da sociedade moderna é que as pessoas quando querem tomar leite compram uma caixa de leite ao invés de ter sua própria vaquinha e mamar em suas "tetinhas"”. Vê-se que uma batata-doce teria uma capacidade de argumentação superior a dessa “colega”. Outro “colega” afirmou que: "As coisas eram muito melhores na década de 40 quando a maioria da população vivia no campo”. Essas pessoas cultuam o passado tendo uma ilusão idílica de épocas pretéritas. Um dado interessante é que, até onde eu sei, nem a moça possui uma “vaquinha” e nem o rapaz jamais pegou em uma enxada na sua vida. Essas pessoas querem viver no final do séc.XIX, isso com sorte, visto que a maioria dessas pessoas tem uma mentalidade que ainda está no medievo, e qualquer um que queira viver no ano em que estamos é chamado de direita e reacionário.
Meus “colegas” comunistas ao invés de usar seu “rico dinheirinho” para ajudar os pobres, por ser uma das únicas maneiras que a maioria deles vê para auxiliar os menos afortunados, o gasta com cachaça e cerveja, seja no famoso “Rosa” ou no Cassino. E aqueles que crêem que para mudar a realidade social é necessário políticas públicas, educação, cultura, investimentos sociais e democracia, ao invés de “revolução”, baderna e cachaça são chamados de direita e reacionários.
O fato de não me comover com os discursos banais e melodramáticos dos demagogos e esquizofrênicos de plantão não quer dizer que sou de direita ou que “não tenho coração”, mas simplesmente que tenho senso critico. Algo que os, ditos, comunistas perderam há muito tempo, assim como o senso de humor, quando se trata de política, ética e ideologia.
Finalmente cheguei a uma conclusão ao escrever este texto. Não os entendo não por minha ignorância, mas sim pela total incapacidade de argumentação que os antolhos ideológicos lhes provocaram.

domingo, 16 de novembro de 2008

Tentarei manter o blog atualizado tendo um texto por semana.

“SUCUPIRA AME-A OU DEIXE-A”

Para aqueles que estão lendo este texto, e não me conhecem, saibam que é público e notório que nestas eleições municipais foi a primeira vez em que votei em um partido de esquerda. Porém não votei por simpatizar com o candidato do PT ou por achar grande coisa seu projeto político, mas sim para tentar impedir que tomasse o poder um semi- letrado e permanecesse na administração publica a camarilha que lhe é subserviente.
No entanto passado o pleito algo vem chamando muito minha atenção. Os textos com as manifestações dos derrotados. Se eu houvesse os lido antes das eleições esses textos teriam feito com que eu votasse em Fábio Branco.
O tom de revanchismo, a exortação a baderna, a falta de uma argumentação decente e a não aceitação da democracia. Demonizando a democracia como se ela fosse culpada de o Rio Grandino, em sua maioria esmagadora, ser burro como uma porta e preferir a política do “coitadismo” da “boataria” e de todos os tipos de coisas baixas e rasteiras.Se as pessoas de Rio Grande querem asfalto ao invés de educação, saúde e saneamento básico o que se vai fazer? Bater nelas com um “gato morto” até que elas pensem antes de votar? Seria bom, mas “não é assim que a banda toca”. Resta-nos admitir que, como de costume, o populismo e o assistencialismo porco ganharam, conforme ocorre sempre onde há ignorância e o provincianismo abundam. À esquerda só resta ladrar como um cão castrado e tentar impedir as ações mais tresloucadas de nosso Odorico Paraguaçu. E quanto a nossa cidade? “Sucupira ame-a ou deixe-a”, de preferência a última opção