quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

De bodoque à passarinho*

É interessante notar como uma pessoa, ou um grupo, age quando ela e “pedra” e quando ela é “vidraça”. Ser oposição é um trabalho bem fácil, visto que basta reclamar de tudo que aparecer. Atirar em tudo que se mexer. Quando, depois de muito esforço, toma o poder começa a sentir onde “aperta o calo” de quem tem de construir algo.

Triste é ver aqueles que em um pretérito, não tão distante, eram ferrenhos críticos de certas praticas agora as praticando de maneira igual ou pior a de seus antagonistas. “Nada mais conservador que um revolucionário no poder” já diz o velho dito popular.

Está semana, durante o desfile da semana da pátria, conversava com os lideres do movimento da brigada militar, que lá estavam se manifestando em busca de seus direitos. Perguntei se o governador do estado estava negociando com a categoria, a respostas foi que “Ele está mais fugindo do que negociando, mas ainda há algum tipo de contato”. Ao ouvir isto comentei que atualmente era muito estranha a relação do Partido dos Trabalhadores com as classes em greve, tanto em nível estadual quanto federal. Para quem não sabe o governo federal disse aos servidores federais grevistas que não negocia com classe em greve.

Um dos policiais militares disse algo em nossa conversa que ficou gravado em minha memória e que posso deixar de compartilhar com a comunidade Riograndina. “O PT foi quem nos ensinou a fazer greve para lutar por nossos direitos. Agora age como se estivéssemos errados em nos manifestar”. Os professores estão punindo os alunos por aprenderem.

Quem está acostumado só a bater quando apanha sente mais firme o golpe.



*Este artigo foi publicado no "Blog do Alfaro"(http://www.blogdoalfaro.com.br) no dia 10/09/2012