Lídio Lima
Li
que o governo argentino lança mão do congelamento dos preços para tentar
controlar a inflação. Foi nessa mesma Argentina que em meados de dezembro de
1958(!) o economista Austríaco, Ludwig Von Mises , palestrou para uma plateia
de jovens interessados em modernizar a economia de sua nação. Esta série de
palestras está contida no livro “As seis Lições” (José Olimpo/Instituto Liberal).
Em uma palestra específica, chamada “O Intervencionismo”,
Mises nos fala sobre o congelamento por parte do governo do preço do leite, por
exemplo:
“Por um lado, o menor preço do leite
provoca o aumento da demanda do produto; pessoas que não tinham meios de
comprá-lo a um preço mais alto, podem agora fazê-lo ao preço reduzido por
decreto oficial. Por outro lado, parte dos produtores de leite, aqueles que
estão produzindo a custos mais elevados – isto é os produtores marginais –
começam a sofrer prejuízos, visto que o preço decretado pelo governo é inferior
aos custos do produto.”
Todo esse processo, afirma Mises, tem
como resultado a redução da quantidade do produto no mercado, pois com contínuo
prejuízo os produtores vão diminuindo a produção ou até mesmo desistindo dela,
e a ampliação da demanda, pois com preço menor mais pessoas podem comprar tais
produtos. Deste aparente paradoxo de diminuição da produção e aumento do
consumo surge o “mercado negro”, a corrida aos mercados, as infindáveis filas,
etc... Cenários que o brasileiro conhece muito bem.

Congelamento de preços é uma medida já
se comprovou inócua no Brasil. E, quando “funcional”, não passa de uma falácia
econômica de longo prazo. Essa estratégia é bem conhecida dos brasileiros.
Tivemos até mesmo inspetoras civis, as famosas “Fiscais do Sarney”, para
averiguar se os congelamentos estavam sendo cumpridos. Assim sendo, poderíamos
aconselhar nossos “hermanos” a deixar de lado tais artificialismos econômicos
ultrapassados e liberalizar sua economia, sair do populismo decadente e entrar
no livre mercado, única saída para um país que quer evitar uma crise.
Espero que essa pequena lição, dada por
este que é um dos maiores economistas da historia, em 1958, sirva para arejar a
mente de nossos hermanos argentinos. E que mais uma vez fique claro: Na atualidade
nenhum país que quer ser uma potência mundial pode se sustentar sem ser uma
economia aberta ao livre mercado e com o mínimo de interferência por parte do Estado.
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